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25/11/2024

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Como as mulheres cristãs são perseguidas?

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As violências psicológica, física e sexual são usadas para fazerem nossas irmãs desistirem de seguir a Jesus

Desde 1999, 25 de novembro é reconhecido como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. A data já existia na América Latina desde 1981, como homenagem às irmãs Patria, María Teresa e Minerva Maribal. Em 1960, elas foram torturadas e mortas na República Dominicana, durante o governo de Rafael Trujillo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada três mulheres é vítima de violência física ou sexual, o equivalente a 736 milhões de pessoas. Nesses dados estão incluídas as cristãs que enfrentam perseguição por causa da fé em Jesus tanto dentro de casa, como na comunidade.

A pandemia de COVID-19 também agravou a situação das mulheres e meninas cristãs. Muitas enfrentaram ataques psicológicos e físicos da própria família por deixarem as antigas crenças para seguir a Cristo. Na América Latina e na África Subsaariana, elas também são vítimas de grupos criminosos e extremistas que utilizam a violência sexual como tática para a dominação de comunidades.

Como acontece a violência contra as mulheres cristãs?

As mulheres e meninas que vivem nos países elencados na Lista Mundial da Perseguição 2021 estão em desvantagem porque já enfrentam o preconceito por serem do gênero feminino. Entretanto, quando passam a seguir a Jesus, elas são perseguidas duplamente, tanto por ser mulher como cristã.

A perseguição aos homens e meninos cristãos é mais visível por meio de agressões físicas, demissão do emprego e prisão pelo governo. Já as mulheres e meninas cristãs enfrentam uma hostilidade oculta, pois são casadas à forçaagredidas física e sexualmente e presas dentro de casa pelos próprios familiares.

Em algumas situações, as mulheres são atacadas fisica e sexualmente para atingir os homens cristãos. Um exemplo são os sequestros de filhas de pastores e líderes de igrejas que se tornam escravas sexuais e muitas vezes são obrigadas a casarem com integrantes de grupos extremistas. Além disso, essas vítimas passam a ser mal vistas pela comunidade onde vivem, já que aquilo que dava o valor social foi tirado delas. “A captura de mulheres em uma comunidade demonstra aos homens que eles não foram capazes de protegê-las”, garante um documento da Portas Abertas sobre perseguição de gênero.

As cristãs refugiadas estão mais suscetíveis ao tráfico humano. Muitas delas aceitam ofertas de emprego em outros países e regiões para ficarem livres das condições sub-humanas dos campos de refugiados ou de deslocados. Porém, descobrem tarde que estão imersas em trabalho escravo e sexual.

Na China, onde a política do filho único foi difundida e muitas bebês foram abortadas, há o mercado de tráfico de noivas. Muitas mulheres e meninas do estado de Kachin, de maioria cristã, são sequestradas e vendidas para os chineses. Elas vivem isoladas em áreas rurais e são vítimas de agressões físicas e sexuais. Dessa forma gerarão herdeiros, de preferência homens, para as famílias chinesas.  

Já em países como Colômbia e México, as meninas cristãs são alvo de grupos criminosos. Elas são raptadas e forçadas a serem escravas sexuais e prostitutas. “Os líderes criminosos prestam atenção especial às filhas de pais cristãos porque a obediência delas é certa. Então, é mais fácil obrigá-las a fazer parte da máfia e se aproveitarem sexualmente porque ameaçam prejudicar as famílias delas”, explica um especialista da Portas Abertas. Esse diferencial de comportamento das cristãs latinas aumenta o valor pago por elas nas redes de tráfico.

Quem são os agressores das mulheres cristãs?

Os primeiros agressores de uma mulher ou menina que decide seguir a Jesus estão dentro da própria casa. Esposos, pais, irmãos, tios e filhos costumam punir aquelas que quebram a tradição familiar com castigos físicos, psicológicos, prisão domiciliar, divórcios e casamentos forçados com homens da religião comunitária.
Muitos vizinhos também se acham no direito de perseguir a cristã agredindo verbal, física e sexualmente. Alguns líderes muçulmanos também contribuem para propagar a violência, já que incentivam os jovens a se casarem com cristãs para convertê-las ao islã. E, quando o casal tiver filhos, eles serão obrigados a professar a mesma fé paterna.
Em países da África Subsaariana, há os militantes de grupos extremistas como Boko Haram e Al-Shabaab. Eles sequestram as mulheres e meninas cristãs, as levam para os acampamentos e as agridem tanto física como sexualmente. O resultado é que muitas ficam grávidas e quando retornam para as vilas de origem são excluídas da comunidade.
Há também os traficantes de pessoas que aproveitam da vulnerabilidade das cristãs para torná-las escravas de serviços domésticos e sexuais. Em algumas situações, essa violência é ignorada pelas autoridades, principalmente quando elas se tornam esposas dos próprios agressores.

O que acontece com as mulheres cristãs após os atos de violência?

As cristãs forçadas a se casar vivem uma tortura diária, que inclui todos os tipos de agressões vindas do marido, sogro, cunhados e até filhos. Em algumas situações, elas não conseguem resistir à hostilidade e abandonam a fé em Jesus.
As irmãs que têm sucesso na fuga antes do casamento, costumam receber acolhimento de igrejas e organizações cristãs como a Portas Abertas. Com apoio físico, emocional e espiritual, as seguidoras de Jesus estão munidas de ferramentas para a reconstrução da vida.

Já em países dominados por grupos extremistas, quando uma cristã consegue fugir dos sequestradores, ela retorna para a comunidade de origem. Porém, é condenada moralmente, já que não é mais virgem e possui filhos de jihadistas. “Muitas meninas agredidas sexualmente carregam a cicatriz e o trauma por um longo tempo, a autoestima também é prejudicada. As comunidades geralmente não ajudam”, revela um colaborador na Nigéria.
Diante desse cenário amplo de violência contra as mulheres e meninas cristãs, a Portas Abertas acredita que é papel dos cristãos ao redor do mundo investir em atividades que reforcem o verdadeiro e imutável valor delas diante de Deus. Isso deve alcançar tantos as vítimas de violência, como os familiares e a comunidade.

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