Quatro projetos de lei foram apresentados no Congresso da Argentina para legalizar a eutanásia em outros casos além do que já é permitido no país.
A primeira decisão sobre o tema foi tomada em 2020, quando o Congresso argentino aprovou uma lei onde o paciente com uma doença irreversível pode rejeitar as terapias ou procedimentos médicos indicados para ter uma “morte digna”.
Os novos projetos, porém, visam estabelecer a possibilidade de autorizar a interrupção voluntária da vida através da aplicação de uma substância que pode ser feita pelo próprio paciente ou pelo médico.
O procedimento pode ser autorizado para pessoas com “doença grave e incurável” desde que lhe cause “sofrimento físico ou mental constante e insuportável”.
Conferência Episcopal repudia projetos
Diante dos avanços desses projetos, a Comissão Episcopal para a Vida, os Leigos e a Família da Conferência Episcopal da Argentina (CEVILAF) emitiu uma nota de repúdio.
Para a entidade, “estamos diante de uma nova manifestação da cultura da morte e do descarte e, ao mesmo tempo, diante de um povo que todos os dias clama pelo cuidado de sua vida e de necessidades tão importantes como saúde, trabalho, abrigo e terra”.
O texto também diz que “todos os pacientes devem ser cuidados e acompanhados para que sua vida seja respeitada até a morte natural” e indica “cuidados paliativos e integrais, que aliviam a dor na doença grave e ajudam quem sofre e dá muito fruto na pessoa humana e na sua família”.
Para a CEVILAF, “tirar a vida não é uma forma de aliviar o sofrimento” citando que a medicina não só pode curar, mas também aliviar e humanizar o processo da morte.
“Por respeito à vida que nos vem de Deus e da qual não somos donos, por consideração a tantas pessoas que se comprometeram a cuidar da vida como profissionais de saúde, por respeito a quem não está aqui e morreram nestes anos. Pedimos a Deus que em nossa amada pátria não haja espaço para leis que deixem os que mais sofrem à beira da estrada e excluam da mesa da vida aqueles que mais sofrem”, conclui o comunicado.
* Com informações da ACIDigital