O líder da Igreja Universal, Edir Macedo, ao lado do presidente Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enviou uma carta
ao presidente de Angola, João Manuel Lourenço, demonstrando preocupação e
solicitando aumento da proteção a membros da Igreja Universal do Reino de Deus
(Iurd) no país africano.
O SIC (Serviço de Investigação Criminal) da Polícia Nacional
de Angola realizou na última sexta-feira (10) ações de busca e apreensão contra
pastores da igreja Universal. Os líderes religiosos são acusados de evasão de
divisas e lavagem de dinheiro. Os templos da Universal em todo o território
angolano foram alvos mandados judiciais do SIC, que tem poderes equivalentes ao
da Polícia Federal.
A carta foi divulgada hoje no Twitter pelo deputado federal
e filho do presidente do Brasil, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “Julgamos ser
preciso evitar que fatos dessa ordem voltem a produzir-se ou sejam
caracterizados como consequência de ‘disputas internas’. Há perto de 500
pastores da IURD em Angola e, nesse universo, 65 são brasileiros. Os aludidos
atos de violência são atribuídos a ex-membros da IURD, que também têm levantado
acusações e, com isso, motivado diligências policiais na sede da entidade e nos
domicílios de dirigentes seus”, diz a carta assinada por Bolsonaro.
“Meu apelo a Vossa Excelência é para que, sem prejuízo dos
trâmites judiciais, com seu tempo próprio, se aumente a proteção de membros da
IURD, a fim de garantir sua integridade física e material e a restituição de
propriedades e moradias, enquanto prosseguem as deliberações nas instâncias
pertinentes”, pediu.
Na diligência, na última sexta-feira, que mirou os pastores
suspeitos de envolvimento em atos criminosos, foram apreendidos computadores,
câmeras de segurança, livros da contabilidade e documentos bancários. Os
agentes angolanos encontraram cofres e fundos falsos em paredes das igrejas ,
assim como fotos de cartões de crédito e papéis de bancos.
Pastores angolanos tomam templos da Igreja Universal
No dia 22 de junho, um grupo de pastores angolanos da Igreja
Universal do Reino de Deus (IURD) tomou a direção de vários templos, incluindo
30 templos na capital Luanda, rejeitando “qualquer tipo de negociação” com a ala
brasileira.
Segundo o pastor Silva Matias, em novembro de 2018 foi feita
a denúncia de vários crimes praticados pelos cerca de 200 bispos e pastores
brasileiros em Angola contra os angolanos e o Governo de Angola.
Evasão de divisas, branqueamento de capitais e racismo são
algumas das práticas de que são acusados os bispos e pastores brasileiros.
O líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Bispo
Edir Macedo, repudiou, no último final de semana de junho, os atos violentos
registrados em vários templos da sua denominação, em Angola.
Ao falar no programa “Meditação com os Pastores”,
transmitido pela TV Zimbo, em Angola, o líder religioso mostrou-se convicto na
recuperação do controle administrativo da instituição no país.
Edir Macedo qualificou os últimos acontecimentos ocorridos
na igreja, em Angola, como “golpe contra a obra de Deus”.
*Com informações de UOL, Último Segundo, Angonotícias, Angola 24 Horas e VOA Portugal