Presidente Jair Bolsonaro discursando na Marcha para Jesus
2019, em Brasília / Foto: Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (10) que a
chamada ideologia de gênero é “coisa do capeta” e que as leis existem para
proteger as maiorias.
Bolsonaro participou da Marcha para Jesus em Brasília,
cumprimentou fiéis e subiu ao trio elétrico com o ministro da Casa Civil, Onyx
Lorenzoni. “O presidente vai respeitar a inocência das crianças em sala de
aula. Não existe essa conversinha de ideologia de gênero. Isso é coisa do
capeta”, afirmou.
Bolsonaro faz uso frequente do conceito para criticar
governos de esquerda e políticas educacionais que estariam, na visão dele,
desviando da concepção tradicional cristã da família, composta por um homem e
uma mulher. “Não discriminamos ninguém, não temos preconceito. E deixo bem
claro, as leis existem para proteger as maiorias. O que a minoria faz sem
prejudicar a maioria, vá ser feliz. Não podemos admitir leis que nos tolham,
que firam os nossos princípios”, disse.
O presidente ainda fez críticas às variações de famílias que
não são formadas por um casal de homem e mulher. “Se querem que eu acolha isso,
apresente uma emenda à Constituição e modifique o artigo 226. Lá está escrito
que família é homem e mulher. Mesmo mudando isso, como não dá para emendar a
Bíblia, vou continuar acreditando na família tradicional”, afirmou.
No discurso, Bolsonaro fez comentários sobre a Medida
provisória que retira a obrigatoriedade de publicação de balanços de empresas
em jornais de grande circulação. “Não é retaliação, é facilitar a vida de todo
mundo. Ninguém lê aquele negócio e o mundo progride, se aperfeiçoa”, disse.
Sem mencionar a fonte, ele disse que levantamento preliminar
aponta que os jornais deixarão de ganhar R$ 1,2 bilhão por ano com a medida.
“Estamos sim atacando nichos que oprimiam a sociedade”.
O presidente disse ainda que está em queda de braço com a
Justiça para acabar com os radares eletrônicos no Brasil. “E nas próximas
semanas vou acabar também com os radares móveis que o pessoal fica atrás de uma
árvore pra multar você num retão”, afirmou.
Segundo os organizadores, o evento reuniu cerca de 15 mil
pessoas.
*Fonte: Folha de S. Paulo