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05/12/2024

Politica

‘Todo jornalista deveria ter João 8:32 carimbado na testa’, afirma Bolsonaro

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‘E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’, diz versículo bíblico citado pelo presidente, que não dá entrevistas desde que fez insinuação sexual contra jornalista

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, que todo jornalista deveria ter o versículo João 8:32 carimbado na testa. Ele classificou a imprensa como “partido de extrema-esquerda”. Bolsonaro não dá entrevistas desde que fez uma insinuação sexual contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. 

Na saída da reunião ministerial, cerca de quatro horas depois de dizer a frase para os parlamentares, associações de jornalistas e dos presidente das duas casas do Legislativo, Bolsonaro questionou: “Eu agredi sexualmente a repórter?”.

Na última terça-feira, o presidente disse que a repórter “queria a todo custo dar um furo contra ele”.  Patrícia Campos foi a autora de reportagem, em dezembro de 2018, sobre o disparo de mensagens no WhatsApp para beneficiar políticos durante as eleições daquele ano.

Bolsonaro referiu-se ao depoimento de Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da Yacows, uma das empresas que teriam feito os disparos, na CPMI das Fake News no Congresso, em 11 de fevereiro. Sem apresentar provas, o depoente acusou Patrícia de oferecer sexo em troca de informações para a reportagem.

No pronunciamento desta quinta, após criticar a imprensa, o presidente sugeriu que jornalistas “sigam o exemplo do governo, adotem o lema João 8:32. Afinal de contas, né, isso deveria ter um carimbo na testa de cada jornalista: ‘a verdade acima de tudo’. E deixar de se comportar como um partido político de extrema-esquerda”.

João 8:32

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, diz o versículo citado por Bolsonaro. Na época da eleição, a frase era amplamente usada por ele e candidatos da base eleitoral.  
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, tem o trecho tatuado no braço. Em entrevista ao Canal Livre, da Band, Onyx disse que gravou a inscrição no corpo para lembrar do “dia que errou”. “Isso é para mim, não é para sair por aí mostrando”, declarou.

Lorenzoni contou que a tatuagem foi feita em 2016, depois que foram divulgadas as notícias de que ele havia recebido R$ 100 mil, por meio de caixa 2, na campanha para deputado em 2014.

#SomosTodosBolsonaro

A hashtag #SomosTodosBolsonaro ficou em alta durante a tarde nas redes sociais. Apoiadores do governo alegam que o presidente “foi eleito democraticamente e tem o direito de dizer o que quiser”.
“A imprensa atiça o presidente dia após dia. De forma totalmente desleal e nunca o vi agredir fisicamente a ninguém”, diz um apoiador.  

Com informações Estado de Minas

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