Padre (Foto: Reprodução/Internet)
ESTADOS UNIDOS – Autoridades de uma renomada ordem da Igreja
Católica no estado americano do Mississipi entraram em acordo extrajudicial com
dois homens negros vítimas de abuso sexual, pagando secretamente a cada um
deles 15 mil dólares (cerca de R$ 62 mil) para que mantivessem silêncio sobre
os casos.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (27) pela
agência de notícias Associated Press. De acordo com a agência, o valor dos
pagamentos — feitos em dinheiro — é consideravelmente menor do que o recebido
por outras vítimas de abuso sexual da Igreja Católica desde que os primeiros
escândalos de pedofilia foram revelados no país, em 2002.
Um membro da ordem religiosa em questão negou à Associated
Press que a raça ou a classe social dos dois homens esteja relacionada ao valor
pago.
Em um dos casos, a vítima — de nome La Jarvis Love — se
reuniu com um padre em um restaurante para denunciar abusos perpetrados por
outro sacerdote e as duas partes entraram em acordo extrajudicial na ocasião:
“Ele disse que, se eu quisesse mais [dinheiro], teria de contratar um advogado
que falasse com os advogados dele. Eu não tenho advogado e sentímos [eu e minha
família] que tínhamos que aceitar o que era possível”.
A outra vítima, um primo de La Jarvis Love chamado Joshua K.
Love, também aceitou o pagamento de 15 mil dólares para não seguir adiante com
as denúncias de abuso, mas agora se arrepende: “Eles sentiram que podiam nos
tratar de qualquer jeito porque somos negros e pobres”, disse La Jarvis.
Casos de 2006 e 2018 – Nos Estados Unidos, um grupo de 19 vítimas (sendo 17 brancas) de abusos cometidos por sacerdotes da Diocese Católica de Jackson recebeu um total de 5 milhões de dólares — aproximadamente 250 mil dólares por pessoa — no ano de 2006, ao fim de uma ação judicial movida contra a Igreja.
Já em 2018, a arquidiocese de St. Paul-Minneapolis concordou
em pagar quase 500 mil dólares a cada uma das vítimas de abusos cometidos por
seus sacerdotes.
Abusos ocorreram na década de 1990 – Os primos Joshua Love e La Jarvis Love, além de uma terceira vítima, dizem ter sido repetidamente abusados por um padre de nome Paul West nos anos 1990, quando eram estudantes do ensino fundamental na Escola São Francisco de Assis, em Greenwood, Mississippi.
*Fonte: R7